Antropofagiar

Olá, Leitor! Senti saudades de escrever.
Voltei com algumas intenções...

Não se preocupem, são as melhores possíveis, ok?

Bom, hoje vou falar um pouco da minha pesquisa sobre o universo da Semana de Arte Moderna de 22, que teve como objetivo a criação de uma coleção com 10 croquis e a escolha de 1 para construir um Look Antropofago, trabalho individual para Laboratório Experimental de Criação, e a criação de um artigo acadêmico e um look final, trabalho em grupo para TIDIR II.

Antropofagia - Tarsila do Amaral

Em março recebemos da professora orientadora de TIDIR o tema proposto para a pesquisa do semestre, que foi a Semana de 22. Mergulhamos num mundo que só conhecíamos de datas e nomes. Ao longo do semestre fomos trabalhando o tema dentro de outras disciplinas, redescobrindo e recriando formas e conceitos, e repensando todo o universo do Modernismo.

Manifesto Antropófago - Oswald de Andrade

Este assunto muito me atraiu devido à sua ligação direta com a política, o comportamento social, a moda, e a arte da época. 

Operários - Tarsila do Amaral

Os modernistas se encarregaram de rever todo o contexto da arte e adequá-la a realidade brasileira da época, porém, com uma visão futurista.

Oswald de Andrade propôs a volta ao elemento brasileiro, procurando neles a inspiração, rejeitando moldes europeus, criticando a passividade do romance que copia a realidade, fazendo uma relação crítica com a história, política, economia e as artes, e propondo um retorno à realidade, reinventando o que já existia.

As propostas oswaldianas surgiram em São Paulo,  numa cidade em crescimento, que adotava novas tecnologias em produção e conhecia naquele momento um novo fator: o consumo. Tudo isso gerou uma necessidade de rever a maneira de falar, de escrever, e por consequência, de interagir com a arte.

Antropofagia era um hábito cerimonial de algumas tribos indígenas que habitaram o Brasil, de se alimentar de carne humana com o intuito de absorver o conhecimento e as habilidades do inimigo, diferente do canibalismo, que é instintivo e tem por finalidade saciar fome ou desejo.

Este semestre foi de aproximação entre a arte e a moda para todos que estiveram comigo. E com certeza, também foi de aproximação à nossa história e nossa forma de viver copiando e "devorando", para transformarmos nosso conhecimento em novidades. 

Então, como de costume, proponho um momento de reflexão sobre a moda nos dias de hoje:

Como não se perder no mundo da moda e se lembrar do caminho de volta?

Como transformar a realidade política e social através da moda?

E ainda, porquê não fazer da moda um meio de comunicação que diz "EU ME PREOCUPO COM O DESTINO DA HUMANIDADE" ao invés de deixá-la dizer apenas "EU SOU RICA"?!

Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança. (Winston Churchill)

Para conferir o look criado para Laboratório Experimental de Criação, trabalho individual, clique aqui.