Lugar de mulher é onde quiser!

Venho manifestar, queridos leitores, à favor da Marcha das Vadias.
Para quem não conhece, a Marcha das Vadias é uma resposta contra a violência, ao sexismo, ao machismo, e à censura contra a mulher.
Minha responsabilidade como estudante de moda é documentar meu apoio ao movimento e incitar a reflexão nos meus leitores.

Sabemos que, do ponto de vista da psicologia, a maneira de uma pessoa se vestir ou comportar pode dizer muito a seu respeito. Sabemos também que o vestuário possui três funções básicas que são a identificação, a proteção e a estética.

Identificação: A escolha da roupa muitas vezes é usada como um código social, como por exemplo, roupa executiva-social para entrevista de emprego em escritório, roupas esportivas para a prática de exercícios físicos, vestido médio a longo para casamentos, etc. Muitas vezes é possível identificar o status social, a profissão e os gostos. Sendo assim, a roupa pode ser considerada um meio de comunicação.

Proteção: contra o frio, calor, chuva, poeira, neve, riscos no trabalho e práticas esportivas.

Estética: elementos visuais como cor e caimento e táteis como textura.

O crescimento (ou evolução?) do individualismo transformou a moda.  As pessoas não buscam mais no vestuário a aceitação pelo grupo (salvo algumas excessões). Além das funções acima, a busca hoje, conforme várias pesquisas, e apontadas como tendências de mercado, são pelo conforto, pela durabilidade, pelo preço e pela estética (ou estilo), não necessariamente nesta ordem.

Vamos ver nas fotos abaixo que a Marcha das Vadias também defende a liberdade de expressão através do vestuário. Lembrem-se principalmente da função identificação! A manifestação contém um código que estas mulheres expressaram se vestindo (ou despindo) sem preconceitos, reafirmando isso nos cartazes que carregam e nas pinturas no prórpio corpo.

Foto: Estado de Minas

Foto: Estado de Minas

Hoje proponho uma reflexão sobre a importância do vestuário. Como ele nos limita e como nós nos limitamos em favor dele?

Proponho também uma reflexão sobre nossos conceitos e preconceitos ao ver a roupa que as pessoas estão vestidas. De onde vieram os rótulos que nos impelem a fazer estes julgamentos?
E proponho ainda, que reflitam sobre a justificativa da violência sendo a roupa da vítima. Os valores empregados nesta violência, os mesmos valores instituídos pela religião, e consequentemente pela sociedade machista e patriarcal, podem ser mudados de que forma?

Nosso direito de ser mulher nos foi tomado há muito tempo. Com o passar dos anos e com as lutas das causas feministas, algumas coisas melhoraram. Mas ainda temos caminho pelo frente na luta contra os poderes que nos tornam vulneráveis. E essa luta é de todas as mulheres.
Lembrem-se daquele ditado: se você não gosta de uma pessoa pela sua aparência, pelo seu jeito de falar e pelo seu olhar, o problema está em você. O mesmo eu diria da roupa.

Foto: Estado de Minas
Foto: Estado de Minas
 Foto: Estado de Minas

 Foto: Estado de Minas

Foto: Estado de Minas
 Foto: Estado de Minas

 Foto: Estado de Minas

Foto: Estado de Minas
Foto: Estado de Minas
Foto: Estado de Minas
Foto: Estado de Minas

Foto: Estado de Minas

 Foto: Estado de Minas

Foto: Estado de Minas

Foto: Produção Lado B

Foto: Túlio Vianna

Fonte: ATEA

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